terça-feira, fevereiro 07, 2006

Montanha Brokeback

Nunca pensei em criar um blog polêmico, aliás, nunca pensei em criar blog. Daí, depois que passa o boi, vem a boiada.
Sexta feira (03/02/2006) fui assistir o polêmico "Brokeback Mountain" (aqui no Brasil chamado de "O Segredo de Brokeback Mountain"). Conselho para os sensíveis, cardíacos, homofóbicos e afins: esperem pra assistir este filme se ele passar algum dia na Globo, claro, depois de uma cirurgia plástica, todas as cenas [digamos] diferentes do filme serão cortadas.
É sério, se a pessoa já sabe que vai pro cinema assistir filme de " dois viado" (como ouvi outro dia num restaurante em Pinheiros), já sabe, por conseqüência, que vai ver dois caras se encoxando, no mínimo... é ou não é?
Desagradável você ser obrigado a ouvir final de filmes, traduções simultâneas, comentários e onomatopéias de vômito enquanto você quer, apenas, assistir algo.
Este foi o primeiro problema em assistir o filme: o preconceito "onomatopéico". Por que preconceito silencioso não incomoda ninguém, só quem o possui.
Ang Lee, este cara faz filmes com fotografia muito boas, geralmente ele demora pra chegar no climax. Quem lembra do Hulk que demorou quase 1 hora pra aparecer? Em "O Segredo de Brokeback Mountain" tudo demora, afinal, é uma estória de duas vidas dos 20 aos 40 anos. Entao, este pode ser o segundo problema: não assista o filme muito cansado e com sono, você vai dormir (gostaria que meus amigos Alessandro e Thiago lessem este meu conselho).
Tá, claro que tem bastante elogios pro filme: os atores estão ótimos, com um sotaque maravilhoso e atuação de cair o queixo destes cowboys de novela brasileira. O roteiro não é o melhor que você vai ver, mas não tem buracos. Como já disse, a fotografia é linda, se for assistir em cinemas com mega telas, vai arrepiar o cabelo do braço quando vir as pastagens e bosques por onde passam as ovelhas.
É difícil colocar um tabu no meio de um contexto como o do filme. Aliás, a palavra tabu já diz tudo.
Todos sabemos que o tabu tratado no filme é difícil de se colocar em qualquer contexto real ou fictício. Tabu é tabu, e só vai deixar de ser tabu quando não houver mais onomatopéias ou qualquer outra figura de linguagem.
Confesso que fiquei um pouco surpreso com a reação da platéia. Por outro lado eu pensei, "Caramba, nunca vi um filme indicado pra oscar - ou seja, muita gente vai querer ver - que tratasse de um assunto assim de forma tão 'explicita'". Claro, o público estranha e tem reações estranhas.
Aí pensei comigo no momento seguinte "Nossa! Já pensou este filme sendo rodado na minha cidade com o cinema lotado de teenagers?" Jesus...
Não vou me prolongar mais que já prolonguei.
Se indico o filme?? Claro que sim, mas só se você não for cardíaco, sensível ou homofóbico "onomatopéico".
Aproveitando a leva de perguntas, uma bem adolescente mas se encaixa no contexto discutido:
"- O que você faria se fosse um cara numa profissão de macho (não vou colocar contexto, apenas pense mecânico, policial, jogador de fotebol, estivador... enfim), tivesse uma noiva e se apaixonasse pelo seu amigo de alojamento também muito macho? "
(Veja o site do filme: http://www.brokebackmountain.com, veja os horários e salas em São Paulo http://br.movies.yahoo.com/horarios)

3 comentários:

Anônimo disse...

Olha, eu até li o comentário.. só que meio tarde.. huahuahuahua
Mas concordo com tudo o que vc disse, e não vou escrever o que já te falei por telefone... só vou escrever que se o Thi vir que vc escreveu o nome dele sem o "H" pode ter certeza que vc vai ficar sem saco.. huahuahuahua

Anônimo disse...

Se eu fosse um cara numa profissão de macho e me apaixonasse pelo meu amigo de alojamento também muito macho, primeiramente eu surtava, mas com o tempo ia me adaptando a nova condição, e me aproximaria cada vez mais do meu amigo, e me entregaria ao amor, que é o sentimento mais bonito e nobre do ser humano, mas antes de tudo terminaria com minha noiva, e tbm naum assumiria nada, vivia minha história de amor so eu o meu amado, tentando ser feliz diariamente ....

Anônimo disse...

Olharia nos olhos dela profunda e demoradamente, o CREADOR faria o resto.