segunda-feira, julho 02, 2007

Amorômetro!!

Pena que alguém já inventou este termo. Acabei de consultar no google ("o senhor é meu pastor e nada me faltará") e descobri que tem dezenas de pessoas que pensaram algo parecido. Claro, nenhuma com o meu ponto de vista!
Depois de várias conselhos a vários amigos sobre como lidar com amor - até parece que eu sou a pessoa mais indicada, mas quem pergunta sempre quer ouvir algo, mesmo que o juízo da pessoa questionada nada lhe tenha a crescentar.
Amor, amor, amor! Nem falando 3 vezes eu vou entender a química corporal que faz com que alguém sinta isto e saiba como trabalhar com isto. Sim, "isto", posso tratar amor de "isto"? Obrigado...
Meu último conselho antes de uma amiga vomitar pensamentos febris sobre implementar um plano de separação pra ficar com o amante eu disse "quero incitar em você pensamentos que lhe dêem certeza que você o ama". Daí me dei conta "Como alguém vai ter 100% de certeza de algo abstrato, afinal, não o seria se fosse mensurável...".
Daí me veio a idéia do Amorômetro, um aparelhinho pra medir a quantidade de amor que alguém sente por outrem. Como uma medição de colesterol ou glicose no sangue, sabe?
Vários foram os projetos: uma medição pela retirada de sangue, outra medindo a dilatação das pupilas, outra verificando a coloração do xixi, outra mais excêntrica medindo as ondas cerebrais quando pronunciado o nome da pessoa amada fazendo um mapeamento. Mas a que eu mais gostei foi a idéia do Amorômetro ser simplemente um óculos com propriedades espirituais a ponto de se olhar a pessoa amada e enxergar o futuro: dois velhinhos abraçados num banco de praça brincando com os netinhos.
Não entendo de amor, pra mim é como observar um jogo de fora, a gente que não participa tem sempre opiniões mais inteligentes. Amor pra mim é você continuar apaixonado depois do desgaste dilacerante da convivência. É você não ter novidade em estar com a pessoa mas mesmo assim estar curioso para vê-la novamente. Amor é estar junto sem dar uma palavra mas ser fluente no assunto.
Não entendo da química, mas amor pra mim é isto, visceral, bilateral, unificado e gostoso de se sentir!
Para um assunto que novamente havia começado bem matemático, até que o resultado me saiu melhor que a encomenda.

sexta-feira, junho 22, 2007

Teorema da Vida

Final de semana foi um final de semana de reflexão... Nada introspectivo, pois tudo foi muito bem falado, exposto. E sabe quando a gente tem uma linha de raciocínio e sempre tem alguém ou algum fato por perto pra confirmar??
Matemática pura!
Aliás, a matemática sempre me encantou por causa disso, por ser um quebra cabeça cheio de pecinhas disformes mas que quando se encaixam você é capaz de enxergar o todo.
Resolvi pensar sobre o que eu sou agora.
Descobri, por A + B, que o que eu sou agora nada mais é do que um fruto colhido do que eu plantei há dias, meses ou anos.
Sei que é matemático, mas não tem como contestar!!
Se eu sou hoje o que eu planejei (conscientemente ou não) no passado, posso dizer que eu sou responsável por aquilo que eu vou ser amanhã, mês que vem, ano que vem.
Descobri também por A + B que uma conversa que tive ano passado em Portugal com minha amiga, confidente e alter-ego Lucimar faz todo sentido. Algumas pessoas são unipotentes... Mais ainda, descobri que este planejamento de construir o que se quer ser é o que torna estas pessoas potentes. Não por que elas sejam mais poderosas que outras, é pelo simples fato destas pessoas saberem como usar o poder.
Não quero aqui abrir uma brecha religiosa, ateísta ou herege, mas se somos imagem e semelhança de Deus, que é amor, também somos amor.
Também por um método que na matemática chamamos de indução, se Deus é onipotente e somos imagem e semelhança de Deus, também o somos. É a prova dos "9".
Toda esta malha de pensamentos invadiu minha cabeça no final de semana passado.
Esperei até hoje por que não sabia bem o que escrever. Confesso que nem sei se este texto era o que eu esperava, apenas estou vomitando os pensamento e tentando ordená-los.
Voltando a matemática, é justamente assim, vomitando pensamentos, números e fórmulas num papel, que se saem os melhores teoremas.
O meu teorema hoje é pensar em mim e tudo que me cerca: amigos, família, trabalho, mundo virtual, tudo. Por que todos estes itens foram planejados para estar aqui hoje.
O meu corolário (derivação de teorema) é pensar e planejar o que eu serei daqui pra frente. Por que teorema principal da vida já provou que tenho este poder.

segunda-feira, maio 07, 2007

O problema está na sua cabeça, não na minha!


Estive passando por momentos de reflexão sobre como meus amigos têm reagido com relação a minha cabeleira.
É verdade que o visual é meio "revolt", mas a conclusão sobre as circunstância chega num ponto crucialmente antropológico.
Sempre fui contra a cota para negros nas universidades. Na minha cabeça (e talvez só nela) estava impregnado aquele pensamento egoísta de que "se eu como afro-descendente consegui, por que é necessário uma cota pra afros?".
Estive observando...
Analisando...
Outro dia eu estava conversando com um amigo americano via yahoo messenger, Jayme. Eu estava dizendo sobre uma situação em 2001 onde alguém disse que nunca havia beijado alguém da minha cor - foi a primeira vez que eu havia me tocado para o fato de ser mulato, ser diferente. Então este meu amigo americano perguntou "where are the others??" - ele se referia, onde estão os outros negros em São Paulo.
Percebi que no meu ambiente de trabalho (pelo menos na minha sala) eu sou o único afro. Me lembrei também da época da faculdade: único afro. Me lembrei do mestrado: único afro.
Minha pergunta agora mudou "se eu como afro-descendente consegui, por que os outros não conseguiram/conseguem?"
Bem, tudo isto pra chegar no meu cabelo.
Toda esta prosa convergiu pro mesmo ponto: uma vez que ser negro não faz parte do contexto eu entendi perfeitamente a pergunta que me foi feita por um ou outro amigo ao ver meu cabelo "por que você não raspa?".
Se ser negro não faz parte do contexto, cabelo de negro tamém nao faria.
Percebe aquele negro lindo "de cabelo rapadinho estilo ronaldinho", ou então aquela negra linda "com escova progressiva"?
Percebe aquele afro descendente que odeia o nariz e fez plástica?
Os traços negros existem, mas não fazem parte do contexto...
Antropológicamente falando, este me remete ao conceito de programação visual, mas este assunto daria mais pano pra manga.
Quanto ao meu cabelo, ele não é ruim!!! Meu cabelo é meu, ele não pode ser descartado ou chamado de ruim por um simples capricho social exclusivo.
Eu faço parte do contexto e o que tem na minha cabeça vem comigo.

O problema não está na minha cabeça...

sexta-feira, abril 13, 2007

Tanta água por debaixo da ponte!


Depois de tanto tempo sem postar tenho tanto assunto que me foge a mente.

Realmente muita água já passou por debaixo da ponte dente novembro de 2006 pra cá.

Mudei de país novamente, mudei de emprego, mudei meus objetivos, mudei tudo: até meu cabelo.

Treze dias após aquele post eu entreguei a carta que mudou definitivamente meu futuro em 2007: um pedido de demissão lá em Portugal.

Sabe por que? Simplesmente por que não sou obrigado. "Tanta oportunidade que realmente agrega no Brasil, com bons salários, meus amigos, minha família, meu carro, meu tudo, não preciso me privar de tudo isto e ainda ser infeliz no trabalho". Foi mais ou menos este raciocínio.

CLARO, que eu tinha uma carta na manga: uma proposta de Dublin que, aliás, fui visitar em 01/dez/2006 - ou seja, enquanto postava aquele texto de 28 de novembro, eu já estava com tudo planejado. Por isto que meu silêncio me agredia tanto.

Hoje, sexta feira 13 de abril de 2007 chego a me questionar por que tanto tempo sem escrever? Pensei que o principal motivo fosse a ausência do meu maior leitor, o finado Alê. A palavra finado assusta, mas é a realidade. Outro dia um amigo me disse que é assim mesmo "quando se tem muitos amigos, a chance de se perder um é maior". Esta matemática hipócrita é realista sim, aliás, matemática de c* é r*la.

Depois pensei na preguiça, não escrevo por preguiça. Mentira! 8 horas do meu dia, pelo menos, eu passo escrevendo no mundo digital, quer seja intra ou extra net. A net nos faz escrever muito... Anete é o nome da empregada do Urbano. A net é o mundo virtual do qual faço parte. A net de lá, a net de cá. Esta própria net que me deixa com ar de desocupado, é a mesma net que me ocupa.

Preguiça, net e muita coisa na cabeça.

O leitor acredita que vim de mochila de Portugal e decidi ficar??? Foi tudo ao mesmo tempo, a resposta negativa de Dublin (após terem me passado os benefícios por telefone, acredita?) e a certeza de que não devia voltar - o que fazer em Lisboa sem emprego? E estava tãaaaaaaao feliz em estar de volta.

Um amigo de fora disse que quando voltou ao Brasil a primeira vez ele teve vontade de voltar correndo, achou o povo feio, as pessoas pobres, se sentiu deslocado.

Assim que cheguei uma onda de felicidade me invadiu: achava todo mundo lindo, com cara de saudável, todos felizes quase sem motivo, me senti como se nunca tivesse saído ou como se nunca devesse sair daqui.

A resposta de Dublin foi um baque mas descobrir que tinha de ficar em casa me trouxe sensações reconfortantes afinal.
Tanta água já passou por debaixo da ponte... Necessário mais um post. Alguns problemas apareceram, alguns eu resolvi, outros estou resolvendo e alguns até se "auto" resolveram.
Esta foto tirei agora enquanto digitava. Olha meu cabelo!