segunda-feira, novembro 08, 2010

Canção do Exílio Alemão

Minha terra tem Caetano, Chico, Betânia e Fafá.
Mas musicas que aqui escuto, não consigo 'pronunciá'.
Minha terra é sofrida, nem presidente sabe votá.
Mas o povo que aqui encontro, não sorri como o de lá.

Minha terra tem o palmeira pra quem não quer corinthiá.
O estádio que aqui encontro, não tem o barulho de lá.
Minha terra tem caqui, cacau, café e cará.
O "sauer kraut" daqui é o chucrute de lá.

Minha terra tem feijoada e pinga, que me ajuda a "desestressá'.
O corvo que aqui gorjeia, nem pensa em assustar por lá.
Minha terra não tem salsicha, mas tem Castanha do Pará.
O feijão com arroz que hoje como, não é gostoso como o de lá.

sexta-feira, agosto 20, 2010

Muito Barulho Por Nada


Pode ser a última, pode ser que seja a primeira de uma nova fase... vai saber!!!!!

O fato é que foi muito divertido e me ensinou muito de mim pra mim mesmo!

A Sinopse: "O que pode acontecer se misturarmos Shakespeare e solteironas desesperadas, princesas e vilões, cordel e embolada? No teatro ou na praça... Muito Barulho Por Nada!"

As datas/horários da re-apresentação: Dias 20, 21 e 22 de Agosto no Teatro 5, às 21hs na sexta e no sábado, às 20hs no domingo. (Hoje, amanhã e depois de amanhã). Veja como chegar.

Este projeto foi desenvolvido pra ser encenado na rua. O primeiro desafio foi transformar o texto formal de Shakespeare em algo que pudesse ter embocadura mais popular e atraente ao público de rua. O Fernando Assunção e o André Albino tiveram bastante trabalho nesta fase.

Depois disso, passamos o resto do semestre fazendo exercícios em sala de aula e no Largo do Arouche, aprendendo uma linguagem farsesca bem diferente do que estávamos acostumados a ver na escola e completamente oposto ao material que já tinhamos.

Tudo era diferente: corpo, voz e troca de energia com o público. No teatro de rua, o público é um elemento cênico e, como todo componente em cena, deve haver um jogo. Este jogo, tão importante quanto o jogo com os colegas de palco.

Por isto, tivemos de aprender a improvisar e a lidar com situações inusitadas como, por exemplo, um cachorro fazendo cocô ao lado da cena, ou a possibilidade de dividir texto com um bêbado passando na praça. É muito divertido interagir com o público.

Depois de passarmos alguns meses ensaiando pra rua, fizemos a estreia no próprio Largo do Arouche dia 03/julho/2010 - evidentemente, com o aval da Subprefeitura. Foi uma experiência ímpar.

No final de semana seguinte, dias 10, 11 e 12 de julho, ficamos em cartaz no teatro 5 do Teatro Escola Macunaíma. Estávamos inseguros em apresentar algo preparado pra rua dentro de um teatro tão pequeno.

Fazíamos o cortejo na rua e entrávamos pro teatro pra esperar o público. Tenho certeza que conseguimos trazer a energia da rua pra dentro do teatro... e, quer saber? Foi tão divertido quanto na rua.

Hoje re-estreiamos e eu gostaria de dizer especialmente aos amigos desta peça que já estou com saudades de tudo: da direção do Neto Barbosa, dos exercícios, dos estresses, do aprendizado e, principalmente, de tudo que vivi este ano com vocês. Obrigado por tudo.

sexta-feira, maio 28, 2010

Naldecon

São 00:04 do dia 28/05/2010.

Comecei uma nova idade com hábitos ainda velhos. Não velhos de idade, digo, sem novidades... Analgésicos.

Não quero gerar impacto em quem lê este blog, afirmando ou não um vício. A citação é só pra demonstrar que uma data de aniversário, as vezes, nada mais é que um dia como outro qualquer.

Dia 27/05/2010 (vulgo ontem) foi um dia com muitas dores musculares... Sabe quando você acha que vai gripar? Por via das dúvidas, chapei um Naldecon Noite. Descobri hoje que agora é proibido qualquer analgésico ficar no balcão, a única diferença é que agora você pede pro farmacêutico pegar pra você. Afinal, qual a diferença de você ou outra pessoa pegar o que você já escolheu e não é proibido de se comprar? Mudaram um velho costume mas não conseguiram, com isto, alterar um velho hábito.

É muito difícil mudar velhos hábitos... não digo velho de idade, digo sem novidades.

É mais fácil agregar novos hábitos que alterar alguns. A gente agrega mas não muda o que já tem. Alguma coisa de substituição ou algo parecido com ofuscamento do antigo pode acontecer, mas tenho a impressão de que sempre o velho continua lá.

Não digo velho de idade... você já entendeu!

Na minha outra idade - eu ia dizer idade velha, mas teria de novamente me explicar - certamente um post de aniversário seria bem diferente. Talvez um pouco menos confuso e ao mesmo tempo mais congruente.

Agora, nesta nova idade, me dou o direito de ser confuso e incongruente por que o incongruente, por mais que não seja obvio, também tem que ser pensado e dito.

Me lembro de ter falado com uma amiga que até a outra idade (a velha) eu tinha uma sede por conhecer, aprofundar, verticalizar tudo que fosse conhecer. Se eu fosse fazer um curso de canto, não queria fazer qualquer curso por que, afinal, eu precisava ser o melhor. Se eu fosse fazer um curso de linguas, precisava falar fluente, não me agravada só conhecer. Se eu fosse dançar, deveria ser bailarino avançado. Se eu fosse atuar, deveria ser ator referência. Até pessoas... se conhecesse, não me contentaria em ser colega superficial, teria de ser amigo mesmo, a ponto de me frustrar com aquelas pessoas que estão felizes sozinhas só com elas... "como assim, não precisam de mim?"

Tudo isto é congruente e, de certa forma, objetivo (pelo simples fato recursivo de se ter um objetivo: ser intenso).

Descobri agora no finalzinho da idade velha (antiga, sem novidades) que o universo lá de fora é interessante sim, mas beeeeeeeeem menos desafiador que aquele escondido aqui dentro.

Deu tempo de perceber que meu universo (este aqui), por mais que seja delineado por um corpo físico, é tão infinito quanto aquele circunscrito. Misterioso... Consegui (deu tempo) de descobrir sobre mim situações, pensamentos e pura filosofias que me deixaram ter pena da congruência a ponto de realizar um infinito íntimo, só meu!!

Agora, na idade nova, não me sinto velho, confuso ou apenas incongruente. A idade nova, me faz ter vontade de explorar a mim mesmo, o meu centro ser meu caminho. A minha idade nova me faz me sentir novo de novo, e agora estou, sim, falando de ter novidade.