sexta-feira, junho 23, 2006

Perdas...


Quem já ouviu aquele ditado que diz “ainda tem muita água pra passar por debaixo da ponte” não tem ideia a noção de tempo que tudo isto implica.
Em 3 meses pode SIM passar muita água por debaixo da ponte. Algumas correntes passam rápido demais, algumas devagar demais, algumas parecem paradas – geralmente estas são as piores.
Meu último post foi há 3 meses, dia 22/03/06. Confesso que até pensei em fazer outros posts neste meio tempo mas estava sempre esperando um momento mais propício.
Será que é agora?
Tive de colocar uma música bem boa e animada pra poder escrever como eu escrevia no início do Blog.
Tanta coisa mudou em 3 meses: emprego, amigos, perdas, ganhos, país, distâncias e, não menos importante, saudade.
A saudade muda sim e muito. A saudade de alguém que não se vê mas está na mesma cidade não pode ser comparada àquela de alguém que não se vê e está em outro país, nem àquela de alguém que não se vê e não se verá mais.
Nestes 3 meses muita coisa mudou e como para tudo há um ditado: "precisamos perder algumas coisas para aprendermos a valorizá-las" (eu adiciono "ainda mais")
Numa escala de 0 a 10 meu sentimento de perda saiu da escala.

Algumas perdas podem ser reconquistadas e mesmo que nunca sejam as mesmas, terão o seu devido valor.
Algumas perdas são perdas ao pé da letra…
Por falar em perdas, alguém viu o Alê por aí? Perdi meu amigo e ninguém achou pra me devolver.
A vida é uma pluma, tão frágil e as vezes banal, de tão indefesa que é.
A presença do Alê ainda é tão forte que as vezes esqueço tudo que aconteceu... É estranho saber que não está entre nós uma pessoa tão presente como ele, em todo o contexto e nos detalhes (no scrapbook do Orkut, nos comentários deste blog, nas minhas fotos, eu nas fotos dele, nas minhas lembranças de São Paulo, nas baladas, nos sábados a noite lá em casa, nos planos, nas filosofias de vida, nos desabafos, no ombro amigo, no mau humor de domingos a tarde, na cartão de crédito amigo na falta de grana, nas broncas, no CD comunitário que nunca foi devolvido por que estava em família, no irmão mais novo que nunca tive, no irmão mais velho que brotava sempre que eu precisava de um conselho maduro, nas frases cínicas e inteligentes, nos momentos de caça, na hora de rir de alguém engraçado que passa, na hora de dividir o pão, na hora de um simples olhar amigo).
É, algumas perdas são muito mais perdas que outras.

Alê, não sei onde você está e se você sabe a perda que representa, só sei que está bem vivo aqui na minha memória!

5 comentários:

Mile disse...

Sim, sou eu que resolvi fuçar seu blog...rs

Nossa texto tão intenso que preferi nem comentar algo à cerca do que escreveste, só nós mesmos sabemos o que se passa no nosso universo interior...

Mil beijinhos e fica com Deus... ;)

Anônimo disse...

ma... saudades.
se você passar aqui por sp de novo não esquece de me dar um alô.
e sobre o alê, também fico triste, ainda, e acho que vou ficar sempre.
um bjo.

Anônimo disse...

Passamos por aqui, saudades

Anônimo disse...

Marcelão...
As perdas aparentemente parecem nos diminuir. Felizmente e incrivelmente ocorre o contrário. Basta sabermos colher a experiência que dela somos forçados a vivenciar.
Grande abraço... pense nas conquistas, muito mais que nas perdas. Um dia, o que hoje é perda, também foi conquista.
Beijo enorme no teu coração.
FLY

Anônimo disse...

Pô, Marcelo, até eu fiquei triste...
Não conheci ele, mas lembro da foto dele no seu Orkut. Sempre achei ele um gato. Sua beleza me chamava atenção. E olhe que eu nem sou chegada... Mas, enfim, c´est la vie.
Fique bem!