segunda-feira, setembro 09, 2013

3 anos depois...

Em 8 de novembro de 2010 eu estava realmente me sentindo exilado.
Não era só a distância do meu país natal, era um exílio íntimo! Eu me sentia exilado e não há nada mais forte do que se sentir algo, o cérebro processa tudo aquilo como uma realidade.
Não vou me perder aqui em discussão fisiológica do sentimento, ia perder a graça!
Muitos meses se passaram e muito se rolou por debaixo da ponte.
Achei graça quando li em alguns posts de 2009 e 2010 a minha dificuldade em ficar sozinho!
Hoje é justamente o contrário: eu amo minha própria compania.
O que se mudou?
Mudei de casa, de profissão, de amigos, mudei meus hobbies, minha rotina, minha alimentação, meus vinhos, as músicas que ouço, meu cabelo (que sempre muda) e até as pilulas que tomo (não tomo mais Naldecon :) ).
O que se aprendeu? O que se perdeu?
Perdi aquela sede de me verticalizar em toda e qualquer amizade. Com isto, aprendi que não se pode ter "todos" que ser.
Perdi aquela ganância social de estar todo dia em alguma agenda de alguém. Por que aprendi que é preciso ter tempo pra mim mesmo, nem que seja 1 vez por semana.
Perdi aquela vontade de saber a fundo tudo, aqui, agora. Por que aprendi que - se eu acredito em outras vidas - tenho eternas oportunidades de aprender mais fora desta existência.
Perdi aquela pressa de ir pra lá ou vir pra cá. Por que aprendi que o dia tem apenas 24 horas e não adianta lutar contra isto.
Perdi também aquela sensação de exílio. Por que aprendi que exilado é aquele não tem opção de escolha.
Hoje perguntei pra uma amiga "Quem nasceu primeiro? O ovo ou a galinha?".
Acredito que meu ovo é justamente minha opção de escolha e eu tenho certeza que ele nasceu antes de minhas mudanças.



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